Dirigido
por Hany Abu-Assad, Omar foi o segundo longa metragem
palestino a ter uma indicação para o Oscar (Melhor Filme Estrangeiro, em 2014 –
perdeu para o italiano A Grande Beleza, do Sorrentino).
O
primeiro fora Paradise Now-2006, do mesmo diretor Hany Abu-Assad, que perdeu
para o sul-africano Tsotsi.
Omar
foi gravado em Nazaré, norte de Israel, e em
vários lugares dos territórios palestinos ocupados, na Cisjordânia e venceu o
prêmio do júri no Festival de Cinema de Cannes, em 2013, ocasião em que foi
ovacionado, em pé, por cerca de cinco minutos.
De
fato, o desejo que se tem, ao final do filme, é de aplaudi-lo em pé, por pelo
menos cinco minutos (e a gente sabe das dificuldades que os filmes palestinos
têm para ser indicados a premiações internacionais devido ao não reconhecimento
da Palestina como um Estado soberano).
O filme
nos oferece uma trama inteligente, misturando uma história amorosa e as
relações políticas do cenário palestino, ambas dramáticas.
Omar (Adam Bakri) é um jovem
padeiro que ama Nádia (Leem Lubany), irmã de seu amigo de infância e procurado líder da
resistência, Tarek (Eyad Hourani).
Em
meio às juras de amor trocadas em segredo por Nadia e Omar, o conflito
é travado entre a perseguição implacável do serviço secreto israelense e o
ativismo junto aos guerrilheiros palestinos.
Difícil
saber qual dos três é mais cruel: o serviço secreto israelense, os guerrilheiros
palestinos ou as armadilhas do amor.
Através
do triângulo amoroso formado entre Omar,
Nádia e Amjad (Samer Bisharat) - outro jovem, também
amigo de infância de Omar e Tarek -,
somos conduzidos ao cenário da implacável impiedade na qual se constitui a Ocupação
Palestina.
Além
da direção, Hany Abu-Assad também
assina o roteiro dotado de inteligência e profundidade e que gira em tono do
eixo central constituído pela filigrana da alma humana, fruto e origem da
extrema vilania na qual se constitui a questão palestina.
Omar teve
o custo equivalente a menos de um
quinto do preço de uma produção hollywoodiana: dois milhões de dólares.
A
exemplo do saudita O Sonho de Wadjda, custeado com ajuda de empresários
e solidários à questão feminina no mundo Árabe, Omar foi completamente financiado por cidadãos e empresários
palestinos.
Segundo
o diretor Hany Abu-Assad, é a
primeira vez que os empresários palestinos se convenceram a investir na
indústria cinematográfica do país. “Isso
é incrível!", declarou o diretor.
Incrível
é você, Hany Abu-Assad! Se eu tivesse condições, também investiria!